Fernando Mendes (fotos) escreve poesias desde criança. Nasceu com ele o dom de expressar sentimentos por meio de versos. É um dos alunos do Espaço T e nesta entrevista falou sobre inspiração, amizade e também sobre o amor.
Para apresenta-lo deixamos aqui palavras ditas por seus colegas:
"O Mendes tem poesias feitas de experiências vividas. É uma pessoa com muito amor para dar. Não é qualquer pessoa que consegue ser poeta. É preciso ter qualquer coisas que nos faça transparecer aquilo que nós queremos dizer na escrita."
"O Mendes tem uma facilidade incrível. Nós sabemos que em cinco minutos ele faz uma poesia e não lhe custa nada."
Mendes foi entrevistado por:
Alexandra Dias
António Lima Leite
Deolinda Mesquita
João Miguel Ribeiro Alves
Natércia Fernandes
Nilce Costa
Manuela Miranda
Paula Martins
Sergio Denicoli
Yolanda Botelho
QUAL O RESUMO DA TUA POESIA?
Normalmente eu escrevo sobre aquilo que sinto. São diversos temas, mas normalmente os meus sentimentos, bons e maus. Também escrevo coisas mais trabalhadas, mas sempre está lá o meu sentimento. Portanto escrevo muito sobre o que está cá dentro. Vem de dentro para fora.
ONDE VAIS BUSCAR ESSA INSPIRAÇÃO? COMO ISSO VEM PARA FORA?
Vou buscar exactamente na tristeza, no amor, na amizade, no prazer. As coisas boas, as coisas más. Eu escrevo conforme o meu estado de espírito. Normalmente se eu estou triste falo sobre a tristeza, se eu estou alegre falo sobre a alegria, se eu estou feliz falo sobre a felicidade. O coração não é só um órgão, a inspiração vem dele e passa para a caneta e da caneta para o papel.
O QUE O PENSAS DA AMIZADE?
Para mim é uma coisa muito importante. Muita gente deturpa a amizade, mistura com outras coisas. Não há coisa mais importante que a amizade. Por ela consegue-se saber a pureza de cada um.
QUANDO COMEÇASTE A FAZER POESIA?
O meu apelido já de muito novo, quanto eu tinha 11 anos, era “o solitário”, porque eu fugia quando estava mais em baixa ou quando eu não gostava das brincadeiras, e ia lá para a minha árvore escrever num caderno. Quando eu fiz 17, 18 anos, fui ler o que estava escrito e vi que estavam lá coisas muito tristes, mas que foram coisas reais. Claro que eu precisei melhorar. Havia na época erros ortográficos e às vezes eram apenas desabafos no papel. Portanto foi com 11 anos que comecei a escrever, a desabafar.
SEMPRE ESCREVESTE EM FORMA DE POESIA?
Sempre. Às vezes era mais a poesia corrida, portanto o desabafo. Mais tarde, aos 17, é que comecei a compor essas mesmas poesias, mas fazendo em quadras, sem alterar a história.
QUANTOS LIVROS JÁ PUBLICASTE?
Eu tenho três livros feitos e outros dois mostrei aos amigos mas ainda não andei a publicar fora. Dos que estão prontos um chama-se “Folhas Soltas”, “Sentimentos” e “Retalhos de Vida”.
COMO É POSSÍVEL COMPRAR ESSES LIVROS?
É só entrar em contacto comigo e eu tenho uma forma de os encadernar e vendo-os por uma módica quantia de 7,5 euros.
QUAL É A TUA DEFINIÇÃO DO AMOR?
É muito difícil definir o amor mas é uma junção de esperança, carinho, felicidade, amizade. Mas há outros requisitos que é preciso ter, como a sinceridade. Não é uma caixinha que se abre e está o amor dentro. É uma junção de sentimentos que forma o amor.
O AMOR É O PRINCIPAL PARA ESCREVER POESIAS?
É uma grande fonte de inspiração. Mas eu tenho uma facilidade em escrever quando estou triste ou quando estou muito feliz. Uma pessoa que esteja a amar, nem que seja só uma paixão, é uma fonte para deitar cá para fora coisas lindíssimas.
O QUE O ESPAÇO T TEM INFLUENCIADO NA TUA POESIA?
O Espaço T tem me ajudado, não é uma influência. Tem me ajudado no sentido em que eu tenho os meus textos escritos à mão e aqui tenho a facilidade de os passar para o computador. Também eu tenho conseguido, nas actividades, exercitar em pequenas brincadeiras que não têm a ver directamente com a minha poesia, mas ela está lá. Na oficina de jornalismo, por exemplo, eu fiz reportagens em rimas, brincadeiras que eram a essência do tema. Os políticos e suas falas, os assassinos a falar sobre a violação. Eram diversos temas e eu explorava-os com quadras.
DE QUE FORMA SURGE A TUA INSPIRAÇÃO?
Eu não consigo escrever uma coisa muito bonita ou muito alegre quanto estou triste. Não que eu não fosse capaz de escrever mas não seria de sentimento, e estaria lá qualquer coisa que uma pessoa ao ler não veria demonstrado o que é. Seria falso.
NÓS SABEMOS QUE É O TEU ESTADO DE ESPÍRITO QUE INFLUENCIA AS POESIAS, MAS COMO TU EXPLICAS O FACTO DE ÀS VEZES PARECER QUE ESTÁS MUITO ALEGRE E ESCREVERES ALGO TRISTE E ÀS VEZES PARECER QUE ESTÁS TRISTE E ESCREVERES ALGO ALEGRE?
Eu costumo usar o meu casulo, que é a minha capa de imagem. Eu não quero demonstrar às pessoas quando estou triste. Tento camuflar um bocadinho a minha tristeza. Quando estou num ambiente alegre tento estar alegre, mostrar que estou alegre, mas não estou alegre. Por isso é que consigo escrever uma coisa triste. Quando a festa acaba o Mendes continua a ser o Mendes. Se estou triste continuo triste, se estou alegre continuo alegre.
QUEM PODE SER POETA? QUALQUER UM PODE SER?
Toda gente pode ser. Se alguém disser: “escreve aí, jasmim, amar, gostar e mim”. A pessoa vai olhar e ver que há algo que se aproxima. O jasmim rima com mim, e o amar com gostar. Depois é só computar as frases com as palavras que rimam. Portanto qualquer pessoa consegue conjugar. Claro que é preciso trabalhar. Há palavras que queremos dizer e não cabem na poesia, então é preciso buscar sinónimos. Se estamos a falar de amor é preciso colocar coisas que tenham a ver com amor. A poesia não se estuda, estuda-se os métodos, mas o dom está dentro. É preciso saber explora-lo.
POR QUÊ FAZES POESIAS? QUAL É O TEU OBJETIVO?
Eu faço poesia porque a escrever em prosa sou um desastre. Eu em prosa faço um relatório. Na poesia não. Na poesia eu centro-me em um tema, desenvolvo, desenvolvo, e quando acabo uma quadra já tenho pano para outra roupa.
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- Nininha
- Sou uma eterna romântica, acredito no amor, no meu amor ... Confesso, que não queria ser assim, mas assim eu sou.
Saturday, February 18, 2006
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