Este blog é desenvolvido e actualizado pelos alunos do Atelier de Jornalismo e Webjornalismo do Espaço T, sob a orientação dos jornalistas Sergio Denicoli e Nilce Costa. O Espaço T é uma instituição de apoio à integração social e comunitária que oferece actividades a pessoas especiais e demais interessados. Sua sede fica na cidade do Porto, em Portugal.
Realizou-se no passado dia 12 de Dezembro, a nossa festa de Natal. Mais um ano fomos para o Auditório Almeida Garrett no Palácio de Cristal. A festa começou às 15 horas, a apresentação esteve a cargo de António Leite. Deu-se a abertura á festa com o discurso do presidente da instituição Jorge Oliveira. seguiu-se com a actuação do malabarista Bolas. e uma performanse de dança por João Pedro. A festa continuou com canções de Natal, pelo grupo de expressão musical do mesmo atelier do espaço T. A poesia não foi esquecida, com a intervenção de Manuela Miranda, Deolinda Silva, David, Fernando Mendes, Liliana, Cristina Gonçalves. Retomando as festividades com mais canções, para a alegria de todos, a tão esperada presença do pai e mãe Natal, onde se deu a celebre troca de presentes entre todos. A festa continua com música e o lanche de encerramento.
Portugal no Coração divulga as actividades da Instituição e as suas componentes terapêuticas. Através da apresentadora Merche Romero, houve uma visita guiada ás instalações .
O Espaço T recebeu no passado dia 16 de Novembro o Portugal no Coração, numa emissão em directo para a R.T.P, onde Merche Romero entrevistou o presidente da Instituição Jorge Oliveira. Com visita guiada, no decorrer da apresentação foram divulgadas as actividades e projectos da Instituição. de salientar a revista CON(tacto) e do jantar de Gala que decorreu no mesmo dia no Porto Palacio Hotel.
O Blog do Espaço T, está de volta... a trazer notícias e fotografias dos nossos eventos ocorridos.
Continuamos no nosso Atelier de Jornalismo, a facultar actividades direccionadas a notícia e como faze-la. Resolvemos reiniciar o nosso blog, como também, o "Tráfico de Idéias", jornal interno, que até o fim do ano já estará pronta a nova edição. Nilce Costa
Já está no ar o podcast feito pelos alunos do atelier de webjornalismo do Espaço T. É a Rádio T, um programa com 15 minutos de duração que fala sobre jornalismo, teatro, justiça, preconceito, drogas, tai chi chuan, arte, poesia e música. As fotos abaixo são dos alunos que participaram da elaboração do programa. São eles (na ordem): Camila, Nuno, Mendes, Alexandra, Odete, Ricardo, João, Márcio, Miguel e Manuela.
As gravações para o podcast do Espaço T já estão prontas. Os alunos escreveram notícias, crônicas, poesias, reportagens e o material foi gravado em formato digital. Na última aula eles conheceram um programa de computador que edita os sons e a Rádio T agora entra em fase de finalização. A participação foi intensa e os alunos demonstraram muitas qualidades jornalísticas, desde a escolha das pautas até a construção do programa. Nos próximos dias você poderá ouvir a Rádio T nas ondas da web, por meio deste blog.
Foram desenvolvidas actividades para explicar aos alunos o que são as fontes jornalísticas. Após uma exposição teórica foi feito um trabalho prático, onde eles seleccionaram notícias dos jornais e depois listaram as fontes dessas notícias.
"As fontes jornalísticas são pessoas, entidades e documentos que fornecem informações aos jornalistas, seja emitindo comentários e opiniões, verificando o rigor de dados obtidos ou aferindo a veracidade dos juízos de valor que lhes foram confiados. Em vários casos, as fontes concordam em prover estas informações desde que sua identidade seja preservada incógnita pelo jornalista com quem conversa. Nestas situações, o profissional tem o dever de mantê-la no anonimato e só pode revelá-la caso autorizado pela própria fonte.
Quando a fonte concorda em aparecer mas fornece uma informação pela qual não está disposto a responder ou sustentar, ou não autoriza sua publicação, diz-se que a informação é dada "em off". (Fonte: Wikipedia)
Os alunos estão a desenvolver actividades para que seja feito um programa de rádio online - um podcast.
Podcast é a distribuição, na Internet, de arquivos de áudio ou vídeo que podem ser ouvidos ou vistos em telemóveis, leitores digitais, como o IPod, ou computadores. Os podcast fica disponível na web e o usuário pode baixá-lo quando quiser.
Durante duas aulas (fotos) foram escolhidas as pautas, ou seja, os temas que seriam abordados. Depois foram feitas entrevistas, apuração de notícias e escolhido o modelo do programa. As gravações em formato digital serão feitas brevemente e o resultado poderá ser coonferido aqui no blog.
Artigos, críticas e editoriais. Essas modalidades do jornalismo permitem a quem escreve emitir opinião, ao contrário de uma notícia comum, que requer imparcialidade. Ao analisar gravuras do neerlandês M. C. Escher os alunos tiveram contacto com essa realidade e escreveram o que perceberam sobre a obra do artista.
"Maurits Cornelis Escher foi um artista conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar explorações do infinito e padrões geométricos entrecruzados." (Fonte Wikipedia)
Confira os trabalhos: Obra: Répteis Aluno: Fernando Mendes
"Desenho sobre papel onde os crocodilos saem do desenho e passeam livremente por cima dos objectos que rodeam. "
Obra: Dia e Noite Aluno: Fernando Mendes
"Belo. Gansos, patolas, sobrevoando uma cidade cercada de campos de cultivo e banhada por um rio. Destaca o positivo e o negativo, o dia e a noite."
Obra: Mãos Desenhando Aluno: Nuno Costa
"Vê-se uma mão que está desenhando outra e, como a caneta, se vai deslizando no papel"
Obra: Relatividade Aluno: Nuno Costa
"Vê- se a relatividade e o que o artista pensava do que se passava à sua volta. O artista via uma escadaria, uma mesa, um jardim, as árvores, tapume da janela, as portas e os vasos. O artista pensava se, subindo as escadas, as pessoas chegariam ao paraíso."
Obra: Laço de União Aluna: Natércia Fernandes
"Vejo duas cabeças feitas com bolas, separadas. Estão na Lua. Não gosto!!"
Obra: Libertação Aluna: Camila Vieira
"Transmite-me a liberdade tal como os pássaros a voar. Aos poucos se vão espalhando pelo céu. Eu gostei muito dessa imagem. É muito bonita."
Obra: Encontro Aluna: Camila Vieira
"Faz-me lembrar a Europa, o 25 de abril, a Revolução dos Cravos. Observo homens na mesma direção e que aos poucos se vão encontrando neles próprios. Desta imagem não gostei porque faz-me lembrar a prisão e eu quero sentir-me livre para o dia a dia, a vida."
Obras (acima): Três mundos (esquerda) e Torre de Babel (direita) Aluna: Odete Lopes
"Do avião a perspectiva das coisas são mais longínquas do que parece, mas tudo ao meu redor é como um labirinto da vida. Mas é leve o pensamento, que tudo fica distante, está tão perto. O cenário lé em baixo é brilhante, a vida também se mexe, um pensadou ou um louco, tudo é comum."
Obra: Céu e Inferno Aluno: João Silva
"É uma cúpula encontrada nas igrejas. Identifica o infinito. O bem representado pelos anjos e o mau representado pelos morcegos. É um trabalho de grande beleza, pois aparece a perspectiva e o movimento da pintura. Ainda belo porque lembra o divino, o superior e, por fim, Deus nos levando para um mundo superior ajudado pelos anjos."
Obra: Sonho Aluno: Nuno
"Uma linda noite de verão onde está a descansar um profeta qualquer. Por cima dele esté um louva-deura enorme. A fotografia mostra um pátio com uma cúpula de quatro pontas e bem delineada. O pátio está feito ou coberto com lajes de cimento. A pessoa que está a descansar encontra-se está colocado um arco grande. Tem também uma janela que dá para fora. O profeta está a dormir. No arco principal encontram-se dois pilares."
A poesia foi o tema debatido em sala de aula. Os alunos utilizaram a linguagem de poetas portugueses e brasileiros e deram continuidade à aula anterior, transformando as obras em notícia, a partir do conceito de lead, utilizado no meio impresso. As poesias foram recitadas em sala. Clique nas imagens e assista. Os textos estão transcritos abaixo dos vídeos.
Vídeo 1 Poesia: Mar Português Autor: Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma nao é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
Vídeo 2 Poesia: Garota de Ipanema Autor: Vinícius de Moraes
Olha que coisa mais linda Mais cheia de graça é ela menina, que vem e que passa Num doce balanço a caminho do mar
Moça do corpo dourado Do sol de Ipanema O seu balançado é mais que um poema é a coisa mais linda que já vi passar
Ai! Como estou tão sozinho Ai! Como tudo é tão triste Ai! A beleza que existe A beleza que não é só minha E também passa sozinha
Ai! Se ela soubesse que quando ela passa O mundo interinho se enche de graça E fica mais lindo por causa do amor
Só por causa do amor...
Vídeo 3 Poesia: O Amor Quando se Revela Autor: Fernando Pessoa
O amor quando se revela
O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há-de dizer. Fala: parece que mente... Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse P'ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar...
Vídeo 4 Poesia: Valsinha Autor: Vinícius de Moraes
Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou E foram tantos beijos loucos Tantos gritos roucos como não se ouvia mais Que o mundo compreendeu E o dia amanheceu Em paz
Vídeo 5 Poesia: Trem de Ferro Autor: Manuel Bandeira
Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria o que foi isto maquinista?
Agora sim Café com pão Agora sim Voa fumaça corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo na fornalha que preciso Muito força Muita força Muita força
Aô ... Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho De inagaseira Debruçada No riacho Que vontade de cantar
Aô ... Quando me prendera No canaviá Cada pé de cana Era um ofício Aô ... Menina bonita Do vestido verde Me da sua boca Pra mata minha sede Aô ... Vou mimbara vou mimbara Não gosto daqui Nasci no Sertão Sou de Ouricirri
Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente .
A partir de duas músicas de Jorge Palma (foto) os alunos trabalharam o lead de uma notícia, ou seja, o parágrafo mais importante de uma reportagem de jornal que responde às perguntas básicas: o que, quem, quando, onde, como e por quê.
"O lead é, em jornalismo, a primeira parte de uma notícia, geralmente posta em destaque relativo, que fornece ao leitor a informação básica sobre o tema e pretende prender-lhe o interesse. É uma expressão inglesa que significa 'guia ou o que vem a frente'. O lead deve ser mais objectivo, evintando a subjectividade e pautar mais para exactidão, linguagem clara e simples. O leitor ganha interesse pala noticia quando o lead é bem elaborado e coerente." (Fonte: Wikipedia)
As músicas foram:
Olhos de Catarina O rapto no serralho A bicicleta na estrada As inconstâncias da vida A lota sobrelotada
O perfume do amor O gesto mal entendido Mais a presença do livro Fechado, mas não esquecido
Tudo já fora previsto Nos olhos de Catarina Tudo já fora previsto Nos olhos de Catarina
O jogo de futebol O chato que fala alto Os touros em frente à morte O corpo a quem ele já falte
As noites feitas em estrelas Os dias feitos em nada As tardes sempre em redor Duma esperança adiada
Tudo já fora previsto Nos olhos de Catarina Tudo já fora previsto Nos olhos de Catarina
Duas Amigas Eram duas amigas desfolhando a sorte Acenando os dotes que a vida lhes deu Eram duas compinchas a tagarelar Dispunham de tempo e espaço O limite era o céu.
Eram duas amigas Eram unha com carne Semeando os gestos ao deus dará Eram protagonistas nos retratos Entre um decote mais ousado E um golo de chá
Veio o ciúme, veio a paixão Veio o abismo onde cai a razão Vieram dias escuros cada vez mais iguais Cada uma mais perto de ter a verdade na mão
Eram duas amigas Entretendo o tempo, tecendo muros de papel Eram duas comadres desconversando Perdidas no traço fino Entre o fel e o mel
Eram duas amigas Ecoando ao fundo No centro do Mundo, onde eu morei Eram dois segundos de concentração Vestidos de cores que eu nunca mais descreverei
Veio o silêncio ensurdecedor Ainda há contacto mas não há calor Quando as mãos ficam rijas e a alma se esconde E fica entrincheirada Entre o ódio e o amor Entre o ódio e o amor
Foi o primeiro exercício para que pudessem identificar o estilo do meio impresso. A actividade consistia em analisar as letras e escrever um lead. A partir de uma livre interpretação eles descreveram:
Grupo1: Alexandra,António, Camila, Márcio e Mendes. Música: Duas Amigas
"Duas amigas que frequentavam uma rua conhecida da cidade do Porto foram abordadas numa rusga policial em colaboração com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para serem identificadas. Uma delas, de origem romena, vai ser extraditada."
Para a descrição acima fizeram o seguinte esquema: Quem - duas amigas Como - desfolhando a sorte Quando - tempo e espaço Onde - no centro do mundo
O outro grupo interpretou a letra da música numa linguagem também poética:
Grupo2: Nuno, Filipe, Odete, João Silva.
Música: Olhos de Catarina
"Catarina rebelde, fugindo das responsabilidades que tinha, de pensamentos extraviados, pensando em ilusões, esquecendo-se do tempo, e o tempo que passou sem ela dar por nada. Quando olhou para trás Catarina cresceu depressa. com cheiro de amor e traços de mulher, esquecendo-se do tempo."
Para a descrição acima fizeram o seguinte esquema: Quem - A Catarina Como - A Catarina vê os factos que ocorrem à sua volta Quando - às 24 horas do dia Por quê - Catarina achava-se uma rapariga sonhadora e porque ela já se imaginava noutros locais o que ela sentia, e no seu subconsciente o que poderia ocorrer.
Os alunos dos Espaço T estiveram na redacção do Jornal de Notícias um dia após o diário ter estreado o novo grafismo. Foram recebidos pelo relações públicas do JN, Diogo Bessa, por intermédio da jornalista Helena Silva. Durante a visita foi mostrado como funciona o jornal, desde a escolha dos temas até a editoração eletrônica. A actividade foi uma iniciativa dos ateliers de jornalismo e webjornalismo.
Confira as fotos:
Camila Vieira escreveu sobre a visita:
"Gostei muito. Aquilo é dividido por secções. Cada uma tem a sua função. Tivemos um jornalista que nos guiou, que nos falou das várias fases por que passa o jornal até que esteja pronto para o leitor desfrutar da sua leitura. Posso adiantar que é um dos jornais mais vendidos hoje em dia."
A partir da exibição do documentário 11 Perspectivas os alunos analisaram a possibilidade de uma mesma notícia ter várias versões. A produção mostra 11 curtas-metragens feitos em diferentes países. Os curtas abordam com visões próprias a questão dos atentados contra o World Trade Center, em Nova York. Após o debate cada aluno recebeu um postal com obras de grandes pintores - que estão expostas no Museu d'Orsay, em Paris. Eles interpretaram livremente as mensagens das telas (foto).
Abaixo, seguem algumas das interpretações:
Obra: A Sala de Dança Pintor: Edgar Degas
"Um postal sobre a Áustria de antigamente. Um baile da época de Wolfgang Amadeus Mozart."
A musicalidade da obra levou à interpretação. Foi o valor-notícia encontrado.
Obra: Pequeno almoço na relva. Pintor: Edouard Manet
"Dois homens que olham e desenham uma mulher nua"
A nudez, que o pintor destaca nesta obra, foi o foco principal de análise e o ponto de partida da interpretação.
Obra: O baile do Moinho da Galette Pintor: Pierre-Auguste Renoir
"Esta imagem fez-me lembrar os tempos antigos de romaria e dança."
A descontração do quadro e sua festividade desencadearam lembranças antigas de celebrações. Originalmente este quadro retrata um baile em Montmarte, Paris.
Obra: O atelier do pintor Pintor: Gustave Courbet
"Representa uma tela, um pintor, uma modelo, uma miúda, um gato e homens a observá-los."
O ofício do pintor foi o destaque da interpretação. Originalmente essa tela foi um protesto às pinturas românticas. O autor do quadro quis mostrar que, enquanto pintavam paisagens, havia todo um mundo à volta para ser retratado.
Obra: Arearea Pintor: Paul Gauguin
"A figura é transmissora de paz. É um sentimento pacífico que fica no meu espírito e a harmonia é comparada à harmonia da natureza e à harmonia pessoal."
Gauguin buscou o exílio em paraísos tropicais, onde tirou suas inspirações. A natureza muito presente e a paz retratada foram captadas na análise.
Obra: Le cirque Pintor: Georges Seurat
"É um circo com uma platéia formada por pessoas de diferentes origens."
A arte circense, muito clara nesta obra, foi o ponto de partida da interpretação. Aqui o fator jornalístico está explícito.
Obra: Les Glaneuses Pintor: Jean-François Millet
"São pessoas a trabalhar no campo. Um quadro que transmite paz.
A pintura realista de Millet tem como característica retratar o trabalho dos camponeses com nobreza. Tal factor foi captado na análise.
Participaram da aula: João Silva Alexandra Dias António Lima Leite Camila Vieira Fernando Mendes Nuno Costa Paula Martins
Fernando Mendes (fotos) escreve poesias desde criança. Nasceu com ele o dom de expressar sentimentos por meio de versos. É um dos alunos do Espaço T e nesta entrevista falou sobre inspiração, amizade e também sobre o amor. Para apresenta-lo deixamos aqui palavras ditas por seus colegas:
"O Mendes tem poesias feitas de experiências vividas. É uma pessoa com muito amor para dar. Não é qualquer pessoa que consegue ser poeta. É preciso ter qualquer coisas que nos faça transparecer aquilo que nós queremos dizer na escrita."
"O Mendes tem uma facilidade incrível. Nós sabemos que em cinco minutos ele faz uma poesia e não lhe custa nada."
Mendes foi entrevistado por: Alexandra Dias António Lima Leite Deolinda Mesquita João Miguel Ribeiro Alves Natércia Fernandes Nilce Costa Manuela Miranda Paula Martins Sergio Denicoli Yolanda Botelho
QUAL O RESUMO DA TUA POESIA? Normalmente eu escrevo sobre aquilo que sinto. São diversos temas, mas normalmente os meus sentimentos, bons e maus. Também escrevo coisas mais trabalhadas, mas sempre está lá o meu sentimento. Portanto escrevo muito sobre o que está cá dentro. Vem de dentro para fora.
ONDE VAIS BUSCAR ESSA INSPIRAÇÃO? COMO ISSO VEM PARA FORA?
Vou buscar exactamente na tristeza, no amor, na amizade, no prazer. As coisas boas, as coisas más. Eu escrevo conforme o meu estado de espírito. Normalmente se eu estou triste falo sobre a tristeza, se eu estou alegre falo sobre a alegria, se eu estou feliz falo sobre a felicidade. O coração não é só um órgão, a inspiração vem dele e passa para a caneta e da caneta para o papel.
O QUE O PENSAS DA AMIZADE? Para mim é uma coisa muito importante. Muita gente deturpa a amizade, mistura com outras coisas. Não há coisa mais importante que a amizade. Por ela consegue-se saber a pureza de cada um.
QUANDO COMEÇASTE A FAZER POESIA? O meu apelido já de muito novo, quanto eu tinha 11 anos, era “o solitário”, porque eu fugia quando estava mais em baixa ou quando eu não gostava das brincadeiras, e ia lá para a minha árvore escrever num caderno. Quando eu fiz 17, 18 anos, fui ler o que estava escrito e vi que estavam lá coisas muito tristes, mas que foram coisas reais. Claro que eu precisei melhorar. Havia na época erros ortográficos e às vezes eram apenas desabafos no papel. Portanto foi com 11 anos que comecei a escrever, a desabafar.
SEMPRE ESCREVESTE EM FORMA DE POESIA? Sempre. Às vezes era mais a poesia corrida, portanto o desabafo. Mais tarde, aos 17, é que comecei a compor essas mesmas poesias, mas fazendo em quadras, sem alterar a história.
QUANTOS LIVROS JÁ PUBLICASTE?
Eu tenho três livros feitos e outros dois mostrei aos amigos mas ainda não andei a publicar fora. Dos que estão prontos um chama-se “Folhas Soltas”, “Sentimentos” e “Retalhos de Vida”.
COMO É POSSÍVEL COMPRAR ESSES LIVROS?
É só entrar em contacto comigo e eu tenho uma forma de os encadernar e vendo-os por uma módica quantia de 7,5 euros.
QUAL É A TUA DEFINIÇÃO DO AMOR?
É muito difícil definir o amor mas é uma junção de esperança, carinho, felicidade, amizade. Mas há outros requisitos que é preciso ter, como a sinceridade. Não é uma caixinha que se abre e está o amor dentro. É uma junção de sentimentos que forma o amor.
O AMOR É O PRINCIPAL PARA ESCREVER POESIAS? É uma grande fonte de inspiração. Mas eu tenho uma facilidade em escrever quando estou triste ou quando estou muito feliz. Uma pessoa que esteja a amar, nem que seja só uma paixão, é uma fonte para deitar cá para fora coisas lindíssimas.
O QUE O ESPAÇO T TEM INFLUENCIADO NA TUA POESIA?
O Espaço T tem me ajudado, não é uma influência. Tem me ajudado no sentido em que eu tenho os meus textos escritos à mão e aqui tenho a facilidade de os passar para o computador. Também eu tenho conseguido, nas actividades, exercitar em pequenas brincadeiras que não têm a ver directamente com a minha poesia, mas ela está lá. Na oficina de jornalismo, por exemplo, eu fiz reportagens em rimas, brincadeiras que eram a essência do tema. Os políticos e suas falas, os assassinos a falar sobre a violação. Eram diversos temas e eu explorava-os com quadras.
DE QUE FORMA SURGE A TUA INSPIRAÇÃO?
Eu não consigo escrever uma coisa muito bonita ou muito alegre quanto estou triste. Não que eu não fosse capaz de escrever mas não seria de sentimento, e estaria lá qualquer coisa que uma pessoa ao ler não veria demonstrado o que é. Seria falso.
NÓS SABEMOS QUE É O TEU ESTADO DE ESPÍRITO QUE INFLUENCIA AS POESIAS, MAS COMO TU EXPLICAS O FACTO DE ÀS VEZES PARECER QUE ESTÁS MUITO ALEGRE E ESCREVERES ALGO TRISTE E ÀS VEZES PARECER QUE ESTÁS TRISTE E ESCREVERES ALGO ALEGRE? Eu costumo usar o meu casulo, que é a minha capa de imagem. Eu não quero demonstrar às pessoas quando estou triste. Tento camuflar um bocadinho a minha tristeza. Quando estou num ambiente alegre tento estar alegre, mostrar que estou alegre, mas não estou alegre. Por isso é que consigo escrever uma coisa triste. Quando a festa acaba o Mendes continua a ser o Mendes. Se estou triste continuo triste, se estou alegre continuo alegre.
QUEM PODE SER POETA? QUALQUER UM PODE SER?
Toda gente pode ser. Se alguém disser: “escreve aí, jasmim, amar, gostar e mim”. A pessoa vai olhar e ver que há algo que se aproxima. O jasmim rima com mim, e o amar com gostar. Depois é só computar as frases com as palavras que rimam. Portanto qualquer pessoa consegue conjugar. Claro que é preciso trabalhar. Há palavras que queremos dizer e não cabem na poesia, então é preciso buscar sinónimos. Se estamos a falar de amor é preciso colocar coisas que tenham a ver com amor. A poesia não se estuda, estuda-se os métodos, mas o dom está dentro. É preciso saber explora-lo.
POR QUÊ FAZES POESIAS? QUAL É O TEU OBJETIVO?
Eu faço poesia porque a escrever em prosa sou um desastre. Eu em prosa faço um relatório. Na poesia não. Na poesia eu centro-me em um tema, desenvolvo, desenvolvo, e quando acabo uma quadra já tenho pano para outra roupa.